Taxa selic: Saiba os conceitos básicos

Taxa selic
Foto: (reprodução/internet)

Em 2021 a Taxa Selic, taxa básica de juros que é usada como uma referência pela política monetária, acabou sofrendo aumentos frequentes durante todo o ano, passando de 2% para 9,25% e imediatamente no início de 2022 atingiu um novo estágio que não era visto desde cinco anos atrás, o de dois dígitos, após ser ajustada para 10,75% ao ano.

Apesar disso, segundo a previsão divulgada pelo Copom (Comitê de Política Monetária ) nesta terça-feira, dia 8, o andamento do reajuste deve retardar daqui para frente.

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Na semana que passou, o comitê aumentou a taxa usando como justificativa o aumento da inflação de  combustíveis, alimentos e energia. Essa foi a primeira vez, a contar de julho de 2017, quando no ano atingiu 10,25%,  que a Selic chega aos dois dígitos.

“Em relação aos seus próximos movimentos, o Comitê antevê como mais apropriada, neste momento, a diminuição do ritmo de regulação da taxa básica de juros. Essa sinalização representa o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestaram ao longo do horizonte relevante”, expressa a ata publicada pelo BC.

O Copom salienta ainda que os “passos futuros da política monetária provavelmente serão ajustados para assegurar a concorrência da inflação para suas metas, e irão depender do balanço de riscos, da progressão da atividade econômica e das exibições e expectativas de inflação para o horizonte importante da política monetária”.

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A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para manter sob comando a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ). Em 2021, o indicador encerrou em 10,06%, no maior nível a contar de 2015, premido pelo dólar,  pela alta da energia elétrica e pelos combustíveis.

Projeções

Na situação de referência descrita pelo Copom, com caminho para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e dólar cotado a R $5,45, às projeções de inflação iriam ficar em torno de 5,4% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe uma trajetória de juros que se aumenta para 12% ao ano, no primeiro período de 2022, termina o semestre em 11,75% ao ano e reduz-se para 8% ao ano em 2023.

Em conformidade com essas projeções, a inflação acabará em 2022 acima da meta que é 3,5%. O limite de tolerância é 1,5 ponto porcentual, quer dizer, a inflação pode ficar a meio-termo de 2% e 5%.

Para 2023, o ponto central da meta é 3,25%, também com flexibilidade de 1,5 ponto porcentual.

Os lances para a inflação de preços administrados ficam de 6,6% para 2022 e 5,4% para 2023. “Adota-se a possibilidade de bandeira tarifária vermelha escalão 1 em dezembro de 2022 e dezembro de 2023”, projeta o comitê.

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Os fatores de risco

De acordo com com a situação referente  do Copom, a inflação abarca fatores de risco nas duas direções, por essa razão, uma “possível reversão, mesmo que incompleta”, do aumento nos preços das commodities em moeda local fabricaria trajetória de inflação abaixo do cenário de referência. De outra forma , “ as políticas fiscais que provoquem força adicional da demanda associada ou piorem a trajetória fiscal futura podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país”.

Contas Públicas

Na qualificação de riscos descrita na ata, o Copom alega que, mesmo em uma cenário de desempenho mais positivo das contas públicas, a ambiguidade em relação ao arcabouço fiscal continua mantendo “alto o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, o que acaba por provocar em uma “maior probabilidade” de trajetórias para inflação acima do projetado.

“A confusão em sobre o futuro do arcabouço fiscal atual resulta na elevação dos prêmios de risco e eleva o risco de desancoragem das possibilidades de inflação. Isso provoca atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas. O Copom reiterou que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia”, diz a ata.

Pleno emprego

O comitê destaca-se que a última decisão relacionada à Selic reflete o “cenário de referência” e um embalo de riscos de “variância maior do que a usual para a inflação prospectiva”, sendo por conseguinte “compatível com a falta de concordância da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e, em grau maior, de 2023”.

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