Ao visitar uma farmácia, muitos consumidores se deparam com uma ampla variedade de medicamentos para o mesmo tratamento, com preços que variam significativamente. Essa escolha geralmente se restringe a três categorias: remédios de referência, genéricos e similares.
Embora todos tenham a mesma finalidade terapêutica e composição química, há diferenças importantes entre eles que influenciam desde o preço até a embalagem e o processo de fabricação.
Medicamento de Referência
Os remédios de referência, também conhecidos como “de marca”, são produtos inovadores, desenvolvidos e registrados por laboratórios farmacêuticos que investiram em pesquisa para comprovar sua segurança e eficácia.
Esse tipo de medicamento possui um nome comercial conhecido e pode ser encontrado com exclusividade no mercado até a expiração da patente. Para chegar ao consumidor, ele passa por rigorosos ensaios clínicos que atestam sua eficácia e segurança, exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A patente, geralmente válida por 20 anos, permite que o laboratório responsável recupere os custos de pesquisa e desenvolvimento. Uma vez que essa patente expira, outras empresas podem lançar versões genéricas ou similares do mesmo remédio, proporcionando opções mais acessíveis ao consumidor.
Assim, o medicamento de referência é o primeiro a ser aprovado e comercializado e, devido aos altos investimentos em sua criação, tende a ter um valor mais elevado em relação às suas versões equivalentes.
Medicamento Genérico
O medicamento genérico é a cópia exata do remédio de referência em termos de composição, princípio ativo, dosagem e eficácia. Sua principal característica é não possuir uma marca ou nome comercial – ele é identificado pelo nome do princípio ativo, sendo fácil de reconhecer devido à tarja amarela com a letra “G” em sua embalagem.
A comercialização de genéricos foi regulamentada no Brasil em 1999 como parte de uma política pública voltada para aumentar a acessibilidade a tratamentos de saúde de qualidade a preços mais baixos.
Assim como o remédio de referência, o genérico passa por testes de qualidade e segurança rigorosos conduzidos pela Anvisa, incluindo estudos de bioequivalência que garantem que ele oferece o mesmo efeito terapêutico que a versão de referência.
Essa regulamentação, além de tornar o medicamento mais acessível, garante que ele seja igualmente eficaz e seguro. Em comparação com a opção de marca, o genérico pode custar até 35% menos, pois não envolve custos de pesquisa e desenvolvimento, apenas de produção e registro.
Medicamento Similar
O medicamento similar é outra alternativa ao medicamento de referência, com a mesma função terapêutica e eficácia, mas com algumas diferenças em relação a excipientes (substâncias que ajudam a compor o medicamento, como corantes ou flavorizantes), embalagem e nome comercial.
Ele também pode variar em características como validade e aparência, mantendo, porém, o mesmo princípio ativo, dosagem e forma de administração do remédio de referência.
Os medicamentos similares devem seguir uma série de exigências da Anvisa, incluindo testes laboratoriais que comprovem sua equivalência em eficácia e segurança em relação ao medicamento de referência.
Quando um similar passa por esses testes, ele é classificado como “medicamento similar equivalente”, podendo, então, ser substituído diretamente pelo medicamento de referência, o que amplia as possibilidades de escolha do consumidor e pode gerar economia.
Qual é o Melhor Medicamento?
Ao considerar qual opção é melhor – medicamento de referência, genérico ou similar – a resposta pode variar dependendo das necessidades do consumidor e do tipo de tratamento. Em termos de eficácia e segurança, as três categorias atendem aos mesmos critérios da Anvisa, pois todos precisam cumprir com padrões rigorosos para serem comercializados no Brasil.
Ou seja, os remédios de referência, genéricos e similares têm a mesma qualidade e oferecem os mesmos resultados terapêuticos para o tratamento indicado.
A principal diferença está no custo. O medicamento genérico, por exemplo, é geralmente mais acessível porque não inclui custos de marketing e pesquisa, como ocorre com os medicamentos de referência. Os similares, por sua vez, podem oferecer uma opção intermediária, especialmente quando possuem a certificação de equivalência, que os torna substitutos válidos para o remédios de referência.
Outro fator a considerar é a confiança e familiaridade com a marca. Algumas pessoas preferem os medicamentos de referência devido à notoriedade dos laboratórios e ao tempo que esse produto está disponível no mercado. Por outro lado, o genérico e o similar ganham popularidade entre os consumidores que buscam uma alternativa mais econômica, sem abrir mão da eficácia.
Como identificar e escolher o remédios certo?
Na hora de decidir, é importante conhecer as opções e discutir com o médico ou farmacêutico quais são as alternativas para o tratamento prescrito. Por exemplo, se o médico prescreve o medicamento pelo princípio ativo (nome científico do composto), a farmácia pode oferecer uma versão genérica.
Caso o paciente prefira ou esteja habituado com o remédio de referência, ele pode solicitar essa versão específica, ciente de que o custo será mais elevado.
Além disso, as farmácias são obrigadas a apresentar ao consumidor uma lista de remédios e seus preços máximos, como determina a Anvisa. Isso permite comparar os valores entre as três opções e, em muitos casos, optar pelo medicamento genérico ou similar resulta em economia significativa, especialmente em tratamentos contínuos.
Vantagens dos Genéricos
De acordo com a PróGenéricos, os medicamentos genéricos mais vendidos incluem remédios para hipertensão, como Losartana e Hidroclorotiazida; analgésicos como Dipirona Sódica; e anti-inflamatórios como Nimesulida.
Esses remédios costumam ser mais acessíveis em comparação com as versões de marca e têm a vantagem de tornar o tratamento mais viável financeiramente para uma maior parcela da população.
Em 2023, os genéricos alcançaram destaque em várias categorias de medicamentos devido ao seu custo-benefício e ao aumento da confiança do consumidor, que reconhece neles uma alternativa segura e eficaz.
O farmacêutico e conselheiro do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) reforça que o acesso aos genéricos permite a um número maior de pessoas cuidar da saúde sem comprometer o orçamento.
Para quem deseja verificar quais medicamentos estão regularizados, a Anvisa disponibiliza uma página de consulta onde é possível filtrar os remédios por categoria – referência, genérico ou similar.
Ao selecionar a categoria de “Genérico” ou “Similar”, o consumidor pode confirmar a regularização e segurança do produto antes de realizar a compra, aumentando a transparência e a confiança no processo de escolha.