A queda de pelo em cães é uma preocupação comum entre tutores que se deparam com tufos de pelos pela casa ou notam áreas de pelagem rala em seus pets. Enquanto uma certa quantidade de queda de pelo é natural e esperada, especialmente em determinadas épocas do ano, a perda excessiva ou localizada pode sinalizar problemas de saúde.
Desde cuidados básicos com higiene e alimentação até a consulta com um veterinário para identificar causas específicas, há diversas formas de reduzir a queda de pelos e manter a pelagem saudável.
A queda de pelos em cães acontece naturalmente como parte do ciclo de vida dos fios: eles nascem, crescem, envelhecem e caem, sendo substituídos por novos fios. Essa troca é ainda mais acentuada em períodos específicos do ano, como no verão e no outono.
Esse fenômeno é chamado de “muda sazonal” e ocorre quando os cães trocam o pelo para se adequar às mudanças de temperatura. Durante o inverno, o cão desenvolve uma pelagem mais densa e grossa para se proteger do frio. Já no verão, essa pelagem é substituída por uma camada mais leve para que o animal não sinta tanto calor.
No entanto, quando a queda de pelo é contínua, localizada ou excessiva, é importante observar outros sinais e considerar que pode haver alguma condição de saúde subjacente, como problemas hormonais, infecções ou até mesmo estresse.
Principais causas da queda de pelo em cães
A queda de pelo excessiva em cães pode ter múltiplas causas, e cada uma delas requer uma abordagem de cuidado específica. Algumas das principais causas incluem:
- Doenças de pele: Infecções bacterianas e fúngicas, como piodermite e micoses, são comuns e podem causar queda localizada de pelo, frequentemente acompanhada por vermelhidão, coceira e lesões.
- Problemas hormonais: Distúrbios como o hipotiroidismo, o hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing) e diabetes afetam o metabolismo do animal e, consequentemente, interferem na saúde da pele e dos pelos.
- Alimentação desequilibrada: Uma dieta pobre em nutrientes pode deixar o pelo do animal fraco e sem brilho, causando queda excessiva. Nutrientes como ômega 3 e 6, zinco e vitaminas são essenciais para a saúde da pelagem.
- Infestação por parasitas: Pulgas, carrapatos e piolhos irritam a pele do animal, levando-o a coçar e morder a área afetada, o que aumenta a queda de pelo.
- Estresse: O estresse libera o hormônio cortisol no organismo dos cães, o que pode contribuir para a queda de pelo em excesso. Situações como mudanças na rotina, viagens e até a perda de um tutor afetam emocionalmente os cães.
- Banhos em excesso ou inadequados: O uso de shampoos inadequados e banhos muito frequentes também podem ressecar a pele, levando ao enfraquecimento e à queda dos pelos.
Como prevenir e tratar a queda de pelo em cães
Dependendo da causa da queda de pelo, há diversas medidas que os tutores podem tomar para prevenir ou tratar o problema. Veja algumas delas:
A higiene é fundamental para evitar o acúmulo de microrganismos que podem causar doenças de pele. Banhos frequentes, mas dentro do recomendado pelo veterinário, com shampoos específicos para cães, ajudam a manter a pele e o pelo saudáveis. Evite banhos excessivos ou com produtos não recomendados, pois isso pode ressecar a pele e aumentar a queda de pelos.
A alimentação é um fator crítico para a saúde do pelo do animal. Rações de qualidade premium ou super premium geralmente contêm nutrientes essenciais para uma pelagem forte e saudável. Além disso, alimentos ricos em ácidos graxos, como ômega 3 e ômega 6, auxiliam no fortalecimento do pelo.
Alimentos como óleo de peixe, sardinha e sementes como linhaça e chia podem ser introduzidos na dieta do cão (sempre com orientação veterinária) para suplementar esses nutrientes.
A escovação é uma prática simples que ajuda a remover os pelos mortos, evitando que caiam pela casa, e estimula a circulação sanguínea da pele do animal. Cães com pelagem mais longa e densa podem se beneficiar de escovações diárias, enquanto cães de pelo curto podem ser escovados uma ou duas vezes por semana.
Pulgas e carrapatos são grandes inimigos da saúde do pelo e da pele dos cães. É importante adotar um controle periódico para evitar infestações. Existem diversas opções, como coleiras antiparasitas, sprays e pipetas, que ajudam a prevenir a presença desses parasitas no animal e no ambiente.
A suplementação com vitaminas e ácidos graxos ômega 3 e 6 ajuda a melhorar a qualidade do pelo, promovendo uma pelagem mais brilhante e resistente. Consulte o veterinário para indicar a melhor opção de suplementação para o seu pet.
Ambientes saudáveis, passeios regulares e brincadeiras ajudam a aliviar o estresse do animal, o que impacta positivamente na saúde da pelagem. Se o seu cão passou por uma mudança recente ou sofreu alguma perda, esteja atento ao comportamento dele e procure um veterinário caso note sintomas de estresse crônico.
Quando é necessário buscar ajuda veterinária
A consulta com um veterinário é indispensável para determinar a causa da queda de pelo, especialmente quando outros sintomas acompanham o problema, como coceira intensa, vermelhidão, feridas ou áreas de queda localizada.
Os sinais de alerta incluem:
- Queda de pelo localizada: Quando afeta apenas uma área do corpo do cão.
- Sintomas associados: Se há coceira, vermelhidão, inchaço, feridas ou secreções.
- Queda excessiva fora das épocas de muda: Se o cão perde pelos de forma brusca e intensa, mesmo fora dos períodos de troca sazonal.
- Aspecto do pelo: Quando o pelo do cão está visivelmente seco, quebradiço ou sem brilho.
Durante a consulta, o veterinário poderá realizar exames de pele, sanguíneos e outros testes para identificar a causa exata do problema e indicar o tratamento adequado.
Dessa forma, a queda de pelo em cães pode ter múltiplas causas, desde o ciclo de vida natural do pelo até problemas de saúde mais graves, como infecções, doenças hormonais ou desnutrição. Adotar medidas preventivas, como uma boa alimentação, higiene e controle de parasitas, são essenciais para manter a saúde do animal.
Além disso, a suplementação e o acompanhamento veterinário podem ajudar a resolver problemas de queda de pelo. Caso o tutor perceba que o problema persiste, mesmo após adotar essas práticas, o mais seguro é buscar a orientação de um veterinário especializado.