Com a chegada das festividades de final de ano, a queima de fogos de artifício é uma tradição presente em diversas celebrações, marcando a passagem do ano e encantando pessoas com seus efeitos luminosos.
No entanto, para muitos animais de estimação, essa mesma celebração é sinônimo de estresse, medo e até mesmo perigo.
Cães e gatos, em particular, são mais sensíveis aos ruídos altos, e os fogos podem desencadear reações adversas, como ansiedade, desorientação, e até ferimentos. Por isso, é essencial que os tutores estejam preparados para proteger seus pets durante esse período de festas.
Entenda os Riscos dos Fogos para os Animais
O barulho dos fogos de artifício é um dos maiores vilões para os animais de estimação durante as festas de fim de ano. De acordo com a médica veterinária Thais Almeida Souza, os cães e gatos possuem uma audição muito mais sensível que a dos humanos, o que amplifica o incômodo causado pelos sons dos rojões.
“Eles têm uma capacidade auditiva quase quatro vezes maior que a nossa, o que torna o barulho dos fogos ainda mais perturbador”, explica a veterinária.
Além do desconforto auditivo, o estresse causado pelos fogos pode levar os animais a comportamentos de fuga. Isso acontece porque, quando os bichinhos ficam ansiosos ou com medo, eles tendem a se desorientar e a procurar refúgio em qualquer lugar, o que aumenta os riscos de acidentes, como atropelamentos ou lesões ao tentar escapar.
A médica veterinária Thais Almeida também destaca que o impacto do barulho pode ser tão intenso a ponto de afetar a saúde dos animais, especialmente os que têm problemas cardíacos. “Os animais podem sofrer até de ataques cardíacos em casos extremos, além de desenvolverem problemas gastrointestinais e outros sintomas de estresse físico”, alerta.
Dicas de Como Proteger Seu Pet Durante os Fogos
A principal recomendação dos veterinários é proporcionar um ambiente seguro e confortável para os pets durante a queima de fogos. Isso significa garantir que o animal esteja em um local fechado, onde o barulho externo seja minimizado. O veterinário Bruno Alvarenga sugere preparar um ambiente acolhedor em um cômodo da casa, com tapetes ou mantas, onde o animal se sinta confortável e seguro.
Além disso, fechar as cortinas ou persianas pode ajudar a bloquear a luz intensa dos fogos e diminuir o impacto visual. Em situações de medo, muitos pets procuram se esconder, então, disponibilizar um local onde ele já costuma se sentir confortável pode ser uma boa alternativa. “Deixe o animal com fácil acesso ao local em que ele costuma se refugiar, isso pode ajudá-lo a lidar melhor com a situação”, orienta Thais Almeida Souza.
Uma das principais causas de estresse durante os fogos é a sensação de abandono. A ausência do tutor durante esse momento crítico pode aumentar a ansiedade do pet. O ideal é que o animal não fique sozinho durante a queima dos fogos. Se possível, esteja presente e permaneça perto de seu pet, oferecendo conforto e tranquilidade. “A presença do tutor pode ser essencial para diminuir o sofrimento do animal”, diz a veterinária.
A veterinária Thaís Almeida também reforça que não é recomendada a medicação sem orientação médica. Em alguns casos, sedativos podem ser indicados, mas somente após uma avaliação veterinária. A automedicação pode ser perigosa e causar efeitos adversos nos animais.
Outra estratégia que pode ajudar a acalmar seu pet é usar sons relaxantes para abafar o barulho dos fogos. Muitos tutores recorrem a músicas suaves ou até mesmo sons específicos para pets, que ajudam a tranquilizar os animais. “Colocar uma música relaxante pode ser uma boa alternativa para distrair o animal e diminuir a percepção do barulho”, explica o veterinário Bruno Alvarenga.
Além disso, alguns especialistas sugerem o uso de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado, pois o som do ventilador pode ajudar a mascarar os barulhos externos. Essa tática pode ser especialmente útil para animais que se sentem mais seguros em ambientes fechados.
Embora muitos tutores tentem usar protetores auditivos ou sedativos para proteger seus pets dos fogos, essas alternativas podem ser prejudiciais se não forem usadas corretamente. O veterinário Hans Reuter alerta contra o uso de protetores auditivos vendidos no comércio, pois eles podem causar mais danos do que benefícios se não forem aplicados corretamente.
“Nunca use protetores auditivos sem orientação profissional. O uso inadequado pode causar danos ao animal”, afirma Reuter.
Além disso, o uso de medicamentos sedativos sem acompanhamento veterinário pode ser perigoso. Sedar um animal sem prescrição pode ter efeitos colaterais graves e colocar a saúde do pet em risco. A veterinária Thaís Almeida Souza também recomenda que, caso o animal já tenha um histórico de sofrimento excessivo devido aos fogos, o tutor deve buscar orientação médica para encontrar alternativas de tratamento.
Os animais, especialmente os cães e gatos, tendem a procurar locais silenciosos para se refugiar quando estão com medo. Criar um ambiente seguro, com poucos ruídos e sem a possibilidade de fuga, pode ser um grande aliado. “Prepare um cômodo em que o som externo seja abafado, e coloque o animal em um espaço acolchoado e tranquilo, onde ele possa se esconder e se sentir protegido”, aconselha o veterinário Bruno Alvarenga.
Em casos de animais muito ansiosos, criar um abrigo improvisado com toalhas ou cobertores pode ser útil, pois eles se sentem mais seguros em locais fechados. O toque e o conforto também são essenciais nesse processo, e muitos tutores optam por permanecer perto de seus animais, acariciando-os e proporcionando carinho.
Cuidados Pós-Fogos
Após a queima dos fogos, é importante estar atento à condição do seu animal. Alguns pets podem apresentar sintomas de estresse por um longo período, como tremores, respiração ofegante ou comportamento agressivo.
Se notar que seu pet está muito agitado ou se recusando a se alimentar, é fundamental buscar ajuda de um veterinário. O profissional poderá avaliar o grau de estresse do animal e sugerir tratamentos adequados, como terapias fitoterápicas ou até mesmo medicamentos ansiolíticos, se necessário.
Além disso, após o susto, muitos animais podem precisar de cuidados extras, como hidratação e alimentação leve, para ajudá-los a se recuperar do estresse. O contato constante com o tutor, oferecendo carinho e conforto, é fundamental para que o pet volte ao seu estado normal.
Alternativas aos Fogos de Artifício
Se você é um tutor preocupado com os efeitos dos fogos de artifício sobre os animais, pode ser uma boa ideia buscar alternativas para celebrar o Réveillon sem causar estresse aos seus pets. Em algumas cidades, há a possibilidade de proibir o uso de fogos de artifício, o que tem sido uma prática cada vez mais comum para minimizar os danos aos animais e à população em geral.
Além disso, ao participar de festas ou eventos ao ar livre, procure escolher locais onde o uso de fogos seja restrito ou inexistente. Se você estiver organizando uma celebração em sua casa, pode optar por alternativas mais tranquilas, como festas com música, luzes e outros enfeites que não envolvam a queima de fogos. Isso ajudará a criar um ambiente mais seguro e confortável para os pets.