“Não é só gordura”: médico aponta o verdadeiro inimigo da saúde do fígado

Quando se fala em doenças do fígado, a “gordura no fígado” costuma estar no centro das atenções. Porém, um médico hepatologista alerta que há um vilão ainda mais perigoso: a inflamação crônica associada, que pode evoluir para esteato-hepatite, fibrose e cirrose.

Segundo o especialista, a gordura é apenas o primeiro passo — o que realmente agride o fígado é quando essa gordura gera respostas inflamatórias persistentes, com dano aos hepatócitos e tecido circundante. Fatores agravantes incluem alimentação rica em açúcares, consumo crônico de álcool, resistência à insulina, obesidade visceral e exposições tóxicas ambientais.

Em seu consultório, ele observa pacientes com fígado aparentemente “engordurado” mas estável, contrastando com casos de cirrose precoce em quem teve pior resposta inflamatória. Por isso, ele enfatiza que cuidar da inflamação metabólica — com dieta equilibrada, atividade física, controle glicêmico e evitar álcool — é tão ou mais importante do que simplesmente “perder gordura”.

Mudanças eficazes incluem adoção de alimentos anti-inflamatórios (frutas, vegetais, peixes ricos em ômega-3), redução de carboidratos refinados, controle de peso corporal e monitoramento constante de marcadores como ALT, AST, ferritina e PCR. Para casos com avanço de lesão hepática, pode haver indicação de medicações específicas, mas sempre combinadas com mudanças do estilo de vida.

A mensagem principal é evitar simplificações: gordura no fígado é um alerta, mas agir contra a inflamação silenciosa é estratégia vital para prevenir doenças hepáticas graves.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.