A Geração Beta, composta por pessoas nascidas a partir de 2025, é aguardada com grande expectativa pelo impacto potencial que trará em várias áreas da sociedade. Crescendo em um mundo onde a Inteligência Artificial (IA) estará ainda mais presente e integrada às atividades cotidianas, a Geração Beta será a primeira a experimentar uma realidade digital totalmente consolidada.
Empresas, educadores e analistas de tendências estão de olho nos nascidos deste período para antecipar comportamentos de consumo, preferências de aprendizado e padrões de trabalho que poderão moldar o futuro.
Diferentemente de gerações anteriores, como a Z e a Alpha, a Geração Beta viverá em um contexto onde o digital e o físico estarão em fusão ainda mais profunda. Para os Betas, a IA não será apenas uma ferramenta, mas um componente estrutural de suas realidades.
Essa geração, que representará uma nova perspectiva tecnológica e social, tem o potencial de transformar significativamente as dinâmicas no mercado de trabalho, na educação e na própria estrutura familiar, e espera-se que tenham influência desproporcional em comparação com sua provável pequena densidade populacional.
O que define a Geração Beta?
Assim como a nomenclatura da Geração Alpha foi inspirada no alfabeto grego, indicando um “novo começo”, a Geração Beta simboliza uma continuidade. De acordo com previsões, a Beta compreende os nascidos entre 2025 e 2040, filhos da Geração Alpha e netos dos Millennials (Geração Y) e da Geração Z.
Esta nova geração surge em um período marcado pela tecnologia como agente central e transformador, não apenas nas relações interpessoais, mas também na vida profissional e na educação.
Uma das previsões feitas para a Geração Beta é que esses indivíduos terão contato com uma IA sofisticada desde a infância, em um ambiente onde 90% do conteúdo disponível online será gerado artificialmente até 2026, segundo o grupo europeu Europol.
Esse contexto moldará uma relação distinta entre os Betas e a informação, com impactos diretos na maneira como eles percebem a realidade, absorvem conhecimento e fazem escolhas de consumo.
Crescendo cercada por informações sintéticas, a Geração Beta poderá questionar mais ativamente conceitos tradicionais de verdade e autenticidade, já que estarão habituados a distinguir entre conteúdo orgânico e conteúdo gerado artificialmente.
A era do aprendizado autônomo
Para a Geração Beta, a educação também passará por transformações significativas, com a tecnologia se tornando ainda mais central em processos de ensino-aprendizagem.
Enquanto gerações anteriores, como a Y e a Z, tiveram que se adaptar a inovações tecnológicas em momentos diferentes de suas vidas, a Beta será totalmente “nativa” na era da IA e no metaverso, interagindo com uma ampla gama de dispositivos e softwares de última geração desde a infância.
O uso de plataformas educacionais interativas e realidades virtuais, por exemplo, será algo natural e esperado por essa geração.
A tendência é que a Beta se beneficie de uma educação personalizada, onde a IA poderá identificar suas necessidades e ajustar o conteúdo de acordo com suas habilidades e preferências. Estima-se que eles terão maior autonomia em seu aprendizado, desenvolvendo habilidades autodidatas e uma curiosidade inata para explorar diferentes áreas do conhecimento.
A expectativa é que esta geração aprenda a lidar de forma intuitiva com as ferramentas digitais e possua uma relação intrínseca com dispositivos de ensino-aprendizagem.
Para o universo corporativo, a chegada da Beta traz à tona a necessidade de antecipar tendências e preparar metodologias que se adaptem a esses novos perfis de colaboradores, promovendo capacitações tecnológicas e ambientes de trabalho dinâmicos e inclusivos.
Assim, prever essas mudanças é essencial para profissionais de áreas diversas, especialmente no campo da educação e da capacitação empresarial, onde o uso de IA e outras tecnologias de apoio ao aprendizado não será apenas opcional, mas uma exigência.
IA e inovação como fatores centrais
O impacto da tecnologia no mercado de trabalho será ainda mais evidente para a Beta. A IA está revolucionando o mercado atual, substituindo certas atividades e funções, ao mesmo tempo em que cria oportunidades inéditas.
Para os Betas, será essencial desenvolver competências como pensamento crítico, criatividade e capacidade colaborativa para trabalhar em ambientes digitais avançados. A adaptação às ferramentas de IA e a capacidade de colaborar com robôs e sistemas inteligentes serão habilidades fundamentais no futuro mercado de trabalho.
A Beta provavelmente verá profissões ainda desconhecidas emergirem e ocupar espaços de destaque. A consultoria global WGSN aponta que o rápido avanço tecnológico está mudando a maneira como as gerações são categorizadas e como o mercado se adapta a novos perfis profissionais.
Em vez do tradicional intervalo de 15 anos entre cada geração, é possível que essas subdivisões ocorram em períodos menores, para captar com mais precisão as nuances de cada grupo.
Influência do metaverso na Geração Beta
Uma característica fundamental da Geração Beta será sua familiaridade com o metaverso, um universo digital paralelo que está em pleno desenvolvimento e é considerado o “playground” desta geração.
Diferentemente dos Millennials e da Z, que ainda veem o mundo digital como um complemento do físico, a Beta crescerá imersa em um ambiente onde o metaverso é parte integrante de sua vida social, educacional e profissional.
Os Betas devem ser capazes de interagir no metaverso com naturalidade, explorando suas possibilidades para entretenimento, aprendizado e até trabalho. O acesso à realidade aumentada e à realidade virtual desde a infância permitirá que esta geração desenvolva habilidades únicas e uma compreensão profunda das tecnologias imersivas, características que poderão diferenciá-los no futuro mercado de trabalho.
Dessa forma, a Beta estará não apenas consumindo conteúdos digitais, mas também participando ativamente da criação e modificação de suas realidades virtuais, consolidando um novo modelo de interação com o mundo.
Geração Beta e a reconfiguração dos conceitos de verdade e realidade
A influência da IA na Beta será tamanha que afetará a maneira como essa geração interpreta conceitos fundamentais, como verdade e realidade. O crescimento exponencial do conteúdo sintético impulsionado pela IA trará uma nova dimensão às interações digitais e poderá redefinir os parâmetros de comunicação e transparência.
A previsão é que os Betas, diferentemente de gerações anteriores, desenvolvam uma capacidade apurada para diferenciar informações autênticas de conteúdos artificiais e possam até mesmo desconfiar da veracidade de determinados conteúdos.
Essa habilidade para discernir o verdadeiro do artificial será uma característica marcante da Geração Beta, que estará acostumada a interagir com informações manipuladas digitalmente. Isso, no entanto, poderá abrir espaço para questões éticas e psicológicas ainda não totalmente compreendidas, relacionadas à identidade e à percepção individual.