A Forever 21, uma marca que já foi sinônimo de moda jovem e acessível, anunciou sua falência nos Estados Unidos, resultando no fechamento de mais de 300 lojas. Este evento marca uma mudança significativa no cenário do varejo global, destacando a necessidade de adaptação das marcas às novas demandas do mercado.
Fundada em 1984, a Forever 21 rapidamente se tornou um fenômeno global, atraindo consumidores com suas coleções de moda a preços acessíveis. No entanto, a partir de 2019, a empresa começou a enfrentar dificuldades financeiras, culminando na declaração de falência em 2025. Este artigo explora os fatores que levaram a esse desfecho e as implicações para o futuro da moda.
Quais Fatores Contribuíram para o Declínio da Forever 21?
O declínio da Forever 21 está intimamente ligado às mudanças no comportamento do consumidor. As novas gerações, como os millennials e a Geração Z, passaram a valorizar aspectos como sustentabilidade e ética em suas decisões de compra. A Forever 21, por sua vez, enfrentou críticas por não atender a essas expectativas.
Além disso, a concorrência com marcas como Shein, H&M e Zara, que adotaram estratégias tecnológicas avançadas, colocou a Forever 21 em desvantagem. Enquanto essas empresas utilizavam análise de dados em tempo real e produção sob demanda, a Forever 21 manteve um modelo de expansão agressiva e pouco adaptado às novas realidades digitais.
Como a Gestão Contribuiu para a Crise da Forever 21?
A gestão da Forever 21 desempenhou um papel crucial em sua crise. Erros estratégicos, como a má administração de estoques e a resistência em reformular o modelo de negócios, foram determinantes para o colapso. A falta de uma estratégia digital eficaz e a incapacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado também contribuíram para o desfecho.
No Brasil, a marca encerrou suas operações em 2022, após resultados insatisfatórios. A tentativa de se estabelecer no mercado brasileiro falhou devido a uma operação cara e sem apelo local suficiente para competir com a concorrência.
O Que Resta da Marca Forever 21?
Apesar da falência nos Estados Unidos, a Forever 21 continua ativa em outros mercados por meio de licenciamento. A Authentic Brands Group (ABG), que detém os direitos da marca, optou por um modelo mais leve, focado em parcerias locais e vendas online. Essa estratégia pode oferecer uma sobrevida à marca em mercados estratégicos.
A ABG afirmou que pretende manter a presença da Forever 21 em mercados internacionais por meio de operadores licenciados que compreendam as demandas regionais e possam atuar com maior flexibilidade.
O Futuro do Fast Fashion: O Que Esperar?
O caso da Forever 21 destaca a crise do modelo tradicional de fast fashion. O consumidor atual busca roupas acessíveis, mas sem abrir mão de ética e propósito. Marcas como Shein já incorporam inteligência artificial e big data para produzir com mais eficiência e menos desperdício, enquanto outras apostam em economia circular e coleções sustentáveis.
Analistas do setor apontam que a falência da Forever 21 é um alerta claro de que não há mais espaço para empresas que ignoram a transformação digital e as novas expectativas dos consumidores. O setor de moda precisa se reinventar, equilibrando agilidade, sustentabilidade e conexão direta com o cliente.
A expectativa é que, mesmo fora dos EUA, a Forever 21 passe a operar em formatos mais compactos, priorizando a experiência digital e respeitando as exigências socioambientais do novo consumidor.