Sinais silenciosos: como identificar o adoecimento mental em crianças e adolescentes
O bem-estar emocional de crianças e adolescentes tem se tornado uma preocupação crescente entre pais, educadores e profissionais da saúde. Em uma fase marcada por descobertas e mudanças intensas, é comum que comportamentos passem despercebidos — mesmo quando representam sinais claros de sofrimento psicológico.
Muitos sintomas são confundidos com “manhas”, rebeldia ou preguiça, o que dificulta o diagnóstico precoce e pode agravar quadros de ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais.
Mudanças de comportamento que merecem atenção
Entre os principais sinais de alerta estão:
- Isolamento repentino: quando a criança ou adolescente perde o interesse por atividades que antes gostava, evita contato social ou se tranca com frequência no quarto, é hora de observar com mais cuidado.
- Oscilações de humor: variações intensas entre tristeza, irritação e apatia, sem motivo aparente, podem indicar instabilidade emocional.
- Queda no rendimento escolar: a desmotivação nos estudos, dificuldades de concentração ou recusa em ir à escola podem refletir problemas emocionais mais profundos.
- Alterações no sono e apetite: dormir demais ou de menos, assim como comer compulsivamente ou perder o apetite, são sinais importantes.
- Comportamentos agressivos ou autodestrutivos: explosões de raiva, automutilação, impulsividade ou falas negativas sobre si mesmo não devem ser ignoradas.
O papel da família e da escola
Pais e professores desempenham um papel fundamental na identificação precoce desses sinais. O convívio diário permite perceber mudanças sutis, que podem passar despercebidas por outros.
Mais do que corrigir o comportamento, é preciso escutar e acolher. A criação de um ambiente seguro e afetivo é essencial para que crianças e adolescentes se sintam confortáveis para expressar o que sentem — mesmo que não saibam explicar com palavras.
Quando buscar ajuda
Se os sintomas persistirem por semanas ou interferirem significativamente na rotina da criança, é indicado procurar orientação profissional. Psicólogos e especialistas em saúde mental infantil estão preparados para avaliar, diagnosticar e orientar a família sobre os caminhos possíveis.
Cuidar da saúde mental desde cedo é garantir que cada criança e adolescente tenha a chance de crescer com equilíbrio, autoestima e capacidade de enfrentar os desafios da vida com mais segurança. A atenção começa em casa, com escuta, presença e afeto.