Recentemente, uma inovação no tratamento de queimaduras tem ganhado destaque no Brasil. Trata-se do uso de membranas amnióticas, extraídas da placenta, como curativos biológicos. Este método, já utilizado em diversos países, foi aprovado para uso em hospitais brasileiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica promete acelerar a cicatrização e reduzir a dor dos pacientes, além de diminuir o risco de infecções.
A membrana amniótica, parte interna da placenta, desempenha um papel crucial na proteção do feto durante a gestação. Ela é responsável por proteger contra impactos, desidratação, variações de temperatura e infecções. Após o parto, com o consentimento da mãe, essa membrana pode ser coletada e processada para uso médico. Sua resistência e flexibilidade permitem que seja aplicada em diversas partes do corpo, incluindo áreas sensíveis como mãos e rosto.
Como Funciona o Curativo Biológico?
O curativo biológico feito de membrana amniótica atua como uma barreira protetora sobre a área queimada. Ele impede a entrada de microorganismos, como bactérias, que podem causar infecções. Além disso, a membrana possui propriedades que aceleram o processo de cicatrização, proporcionando uma recuperação mais rápida e menos dolorosa para o paciente.
Uma das grandes vantagens desse tipo de curativo é a redução da dor. Ao cobrir as terminações nervosas expostas pela queimadura, o curativo diminui significativamente o desconforto do paciente. Isso é especialmente importante em casos de queimaduras graves, onde a dor pode ser intensa e prolongada.
Quais São os Próximos Passos para a Implementação?
Com a aprovação do uso da membrana amniótica pelo SUS, espera-se que os estoques desse material sejam ampliados em até quatro vezes. No entanto, a implementação completa depende da regulamentação por parte do Ministério da Saúde. É necessário definir critérios para doação, armazenamento e uso do curativo, além de identificar quais hospitais e maternidades estarão habilitados para realizar o procedimento.
O Ministério da Saúde está trabalhando para estabelecer essas diretrizes, com previsão de disponibilizar o tratamento em breve. A expectativa é que, com a regulamentação, mais bancos de tecidos sejam habilitados e que o acesso ao tratamento se expanda por todo o território brasileiro.
Impacto na Vida dos Pacientes
O uso de curativos biológicos já demonstrou benefícios significativos para pacientes com queimaduras. Um exemplo é o caso de Leonardo da Silva, um pintor que sofreu uma descarga elétrica e recebeu o tratamento com a membrana amniótica. Após a aplicação do curativo, ele relatou uma diminuição considerável na dor e uma melhora visível na cicatrização.
Esse avanço representa uma esperança para muitos pacientes que sofrem com as consequências de queimaduras graves. Com a ampliação do uso dessa técnica, espera-se que mais pessoas possam se beneficiar de uma recuperação mais rápida e menos dolorosa, melhorando significativamente sua qualidade de vida.