O Avanço da Frota Submarina Russa em Meio ao Conflito na Ucrânia
Enquanto o mundo se concentra na guerra em curso na Ucrânia, a Rússia tem silenciosamente fortalecido um de seus maiores trunfos militares: sua frota de submarinos. Mesmo após sofrer perdas significativas na Frota do Mar Negro, a Marinha russa continua a investir na modernização e expansão de seu poder naval submerso. Este movimento estratégico visa manter a Rússia entre os líderes globais em capacidade ofensiva submersa.
Um marco recente neste avanço é o lançamento do submarino nuclear de ataque Perm, projetado para operar com o míssil hipersônico Zircon. Este submarino é o sexto da classe Yasen e está programado para entrar em serviço pleno em 2026. Com este reforço, a Rússia consolida a estrutura central de sua frota submarina, composta pelas classes Yasen, Akula e Oscar.
Qual é o papel da classe Yasen na supremacia naval russa?
A classe Yasen, que começou a ser desenvolvida durante a Guerra Fria, representa o ápice da guerra hipersônica. Após um período de interrupção devido à crise econômica dos anos 1990, a Rússia retomou o projeto em 2008, lançando a versão aprimorada Yasen-M. Estes submarinos são conhecidos por seu grande deslocamento e velocidade, além de um impressionante arsenal de mísseis.
Equipados com 32 lançadores verticais, os submarinos Yasen-M podem disparar mísseis como o Oniks, o Kalibr-PL e o Zircon, este último capaz de atingir velocidades de até Mach 9. Esta capacidade coloca o Yasen-M no centro da doutrina de dissuasão naval da Rússia, com planos para equipar todos os futuros submarinos com o míssil Zircon.
Como a classe Akula se destaca no cenário naval?
A classe Akula, desenvolvida pouco antes do colapso da União Soviética, é conhecida por sua furtividade, tornando-se uma ameaça invisível para os serviços de inteligência ocidentais. Estes submarinos são projetados para operar em missões secretas e patrulhas de longa duração, com a capacidade de mergulhar a grandes profundidades.
Originalmente equipados com mísseis de cruzeiro S-10 Granat, os submarinos Akula passaram por uma modernização que incluiu a adição de mísseis Kalibr, aumentando significativamente sua capacidade de ataque. Esta atualização garante que a classe Akula continue relevante no século XXI, combinando profundidade, silêncio e poder ofensivo.
O que torna a classe Oscar uma ameaça para grupos aeronaval?
A classe Oscar foi desenvolvida com o objetivo de enfrentar grupos de porta-aviões norte-americanos, sendo capaz de realizar ataques de saturação em larga escala. Cada submarino Oscar transporta 24 mísseis de cruzeiro P-700 Granit, conhecidos por seu alcance e poder de destruição.
Apesar de suas limitações em manobrabilidade e tempo de submersão, os submarinos Oscar continuam a ser uma parte essencial do arsenal naval russo. Eles garantem uma presença constante nos oceanos, representando uma ameaça significativa para os adversários.
O futuro da supremacia naval russa
Enquanto o conflito na Ucrânia continua, a Rússia intensifica seus investimentos em poder naval submerso. A modernização das classes Akula e Oscar, juntamente com a introdução dos submarinos hipersônicos da classe Yasen-M, demonstra o compromisso do Kremlin em fortalecer sua estratégia marítima.
Com essa abordagem, a Rússia direciona parte de sua capacidade de dissuasão militar para o ambiente subaquático, garantindo que sua frota de submarinos esteja equipada para responder a diferentes cenários de ameaça à segurança nacional.