Em um cenário de crescente inadimplência no Brasil, compreender como funciona a relação com os bancos de dados de proteção ao crédito se torna fundamental para quem busca retomar a saúde financeira.
Em 2022, o Brasil registrou 69,43 milhões de pessoas com o nome sujo, segundo a Serasa, refletindo a alta inadimplência no país. Entre as instituições que registram essas informações, duas se destacam: o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e a Serasa. Mas qual é a diferença entre elas e como elas impactam as finanças de quem está endividado?
Além disso, com o ano novo se aproximando, é o momento perfeito para começar a colocar as finanças em ordem. A boa notícia é que, com foco e planejamento, é possível limpar o nome e começar 2025 com o pé direito.
O Que São o SPC e a Serasa?
O SPC e a Serasa são duas empresas que atuam na proteção ao crédito no Brasil. Embora seus serviços sejam semelhantes, elas possuem diferenças importantes em termos de abrangência e foco.
SPC (Serviço de Proteção ao Crédito)
O SPC é administrado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e possui um banco de dados com informações sobre consumidores e empresas que mantêm relações comerciais com lojistas credenciados.
Ao contrário da Serasa, que se concentra mais em questões financeiras bancárias, o SPC lida principalmente com informações relacionadas ao comércio. Ou seja, se uma pessoa deixa de pagar uma dívida para uma loja, essa informação é registrada no SPC.
O SPC é utilizado por lojistas para verificar o histórico de crédito de consumidores antes de conceder crédito ou realizar transações comerciais. Para consultar esses dados, o SPC oferece planos pagos, como o SPC Avisa E-mail, com mensalidades a partir de R$9,90, e pacotes que variam entre R$11,90 e R$49,90.
Além disso, o SPC também oferece um Score de Crédito e serviços como o Cadastro Positivo, onde o consumidor pode regularizar sua situação e melhorar sua pontuação de crédito, além de fornecer soluções para a negociação de dívidas.
A Serasa, por sua vez, é uma das maiores empresas de proteção ao crédito do Brasil e foi criada pela Associação de Bancos do Estado de São Paulo (ASSOBESP) e a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban).
Sua principal função é fornecer informações sobre a situação financeira de pessoas físicas e jurídicas, especialmente em relação a empréstimos, cheque especial e outras dívidas bancárias. Isso significa que a Serasa se concentra mais em dados financeiros provenientes de instituições bancárias.
Além disso, a Serasa oferece um Score de Crédito que vai de 0 a 1.000 pontos, indicando o risco de inadimplência de uma pessoa. Para ajudar quem busca regularizar sua situação financeira, a Serasa oferece o Limpa Nome, uma plataforma para negociação de dívidas com descontos, e o eCred, para comparar as melhores ofertas de crédito no mercado.
A Serasa também disponibiliza pacotes pagos, como o Premium, que custa R$19,90 por mês, oferecendo informações mais detalhadas sobre a saúde financeira de seus usuários.
Como o SPC e a Serasa Afetam o Seu Nome Sujo?
Estar registrado no SPC ou na Serasa significa que seu nome está associado a uma pendência financeira não paga. Isso pode afetar gravemente a sua capacidade de obter crédito, fazer compras a prazo ou até mesmo contratar serviços essenciais como telefonia e energia elétrica.
As informações sobre dívidas podem permanecer nesses bancos de dados por até 5 anos, ou até que a dívida seja paga ou negociada. Isso significa que, se o seu nome estiver sujo em uma dessas entidades, você terá dificuldade em acessar novas linhas de crédito, o que pode afetar sua vida financeira e o planejamento de compras ou investimentos.
Como Sair das Dívidas em 2025: Planejamento e Ação
Com o novo ano se aproximando, muitos brasileiros estão buscando maneiras de reorganizar suas finanças e começar 2025 com o nome limpo e as contas em dia. A boa notícia é que, com organização e estratégias eficazes, é possível sair do vermelho e conquistar uma vida financeira mais saudável. Aqui estão algumas dicas fundamentais para alcançar esse objetivo:
1. Entenda Sua Situação Financeira: O primeiro passo para sair das dívidas é entender exatamente o tamanho do seu problema. Para isso, é importante reunir todas as informações sobre suas dívidas: quem são os credores, quanto você deve e quais são as condições de pagamento. Colocar todas as pendências em uma planilha pode ajudar a visualizar sua situação e identificar quais dívidas exigem atenção imediata.
2. Crie um Plano de Ação: Depois de mapear suas dívidas, é hora de criar um plano de ação. O ideal é começar quitando as dívidas com os juros mais altos, pois essas tendem a crescer mais rapidamente e a dificultar sua recuperação financeira. Se possível, procure uma renegociação das dívidas com os credores, buscando condições mais acessíveis, como prazos maiores ou descontos para pagamento à vista.
A renegociação pode ser feita diretamente com as empresas ou por meio das plataformas oferecidas pelo SPC, Serasa ou outras instituições financeiras. Para isso, é importante ter clareza sobre quanto você pode pagar por mês sem comprometer o seu orçamento.
3. Busque Alternativas para Aumentar Sua Renda: Se o orçamento está apertado, uma das alternativas é buscar fontes de renda extra. Isso pode incluir trabalhos freelancers, vendas de itens que você não usa mais, ou até mesmo um segundo emprego, caso seja possível. O importante é gerar um dinheiro extra que ajude a quitar as dívidas mais rapidamente.
4. Use Seu 13º Salário com Sabedoria: Uma excelente oportunidade para dar um impulso na sua recuperação financeira é o 13º salário. Em vez de gastar todo esse dinheiro com presentes e festas, é uma boa ideia usá-lo para quitar dívidas ou reforçar a sua reserva de emergência. Ao destinar parte do 13º para a quitação de pendências, você estará dando um passo importante para limpar seu nome e sair do vermelho.
5. Evite o Parcelamento de Compras: Embora parcelar compras grandes pareça uma solução prática, esse comportamento pode se transformar em uma armadilha financeira. Ao parcelar, você cria novas dívidas que, se não forem pagas corretamente, podem se acumular, resultando em juros elevados. O ideal é sempre que possível, realizar compras à vista, ou optar por parcelamentos que caibam no seu orçamento sem comprometer suas finanças.
6. Faça um Planejamento Financeiro para o Fim de Ano: Com o fim do ano, chegam as festas e os gastos extras. Para não prejudicar seu orçamento e cair novamente em dívidas, é importante planejar todas as despesas de fim de ano com antecedência. Faça uma lista de presentes, festas, viagens e alimentação, e estabeleça um limite de gastos para cada categoria. Evite compras por impulso e aproveite as promoções antecipadas.
7. Comece o Ano Novo com Metas Financeiras: Estabelecer metas financeiras claras para 2025 é essencial para garantir uma recuperação financeira duradoura. Pense no que você deseja alcançar: quitar todas as suas dívidas, criar uma reserva de emergência, investir em sua educação ou até realizar um sonho. Estabeleça um plano com etapas bem definidas para alcançar esses objetivos e comece a trabalhar neles desde já.
A Importância de Manter a Disciplina
Sair das dívidas e começar 2025 com o nome limpo exige disciplina e organização. Ao seguir essas dicas, mantendo o foco em seus objetivos financeiros, é possível dar os primeiros passos para retomar o controle da sua vida financeira.
Lembre-se: o importante é não adiar o processo e buscar sempre soluções que ajudem a aliviar sua situação sem comprometer suas finanças a longo prazo. Com planejamento e ação, você pode deixar as dívidas para trás e conquistar um futuro financeiro mais equilibrado.