Saúde mental no trabalho: cerca de 1 em cada 3 empresas ainda falha ao enfrentar o assédio

Um levantamento recente aponta que aproximadamente um terço das empresas não adotam medidas eficazes para combater o assédio no ambiente de trabalho — comportamento que impacta diretamente a saúde mental de colaboradores. Profissionais relatam efeitos como estresse persistente, medo de represálias e queda no desempenho.

🧐 O que dizem os ambientes de trabalho

  • Muitos funcionários revelam que, embora haja políticas antiassédio anunciadas, não há aplicação prática nem canais seguros para denúncias.
  • Há empresas que oferecem treinamentos pontuais, mas sem acompanhamento real ou monitoramento de mudanças comportamentais entre gestores e equipes.
  • A cultura organizacional de tolerância, mesmo que informal, favorece que casos de assédio sejam ignorados ou minimizados.

💥 Efeitos do silêncio e da falta de ação

Assédio não é só uma questão de conflitos interpessoais; ele pode se manifestar como microagressões, discriminação, exclusão ou humilhação. Esses episódios geram:

  • Ansiedade, insônia e sintomas depressivos
  • Diminuição da autoestima e sentimento de insegurança no trabalho
  • Afastamentos, queda de dedicação ou rotatividade elevada de funcionários
  • Ambiente tóxico, em que a produtividade cai e o trabalho se torna fonte constante de mal-estar

✅ O que empresas e lideranças podem fazer para mudar o cenário

  1. Políticas claras e visíveis: ter normas explícitas que definam o que é assédio, como proceder denúncias, penalidades e processos de investigação.
  2. Canais seguros e confidenciais: possibilitar que colaboradores relatem problemas sem medo de retaliação; usar sistemas externos ou com anonimato pode ajudar.
  3. Treinamentos regulares e eficazes: não basta fazer uma vez por ano — repetir, atualizar e avaliar eficácia com feedback de participantes.
  4. Liderança comprometida: chefias precisam dar exemplo, ouvir relatos, agir de forma justa e transparente; quando líderes ignoram ou ridicularizam denúncias, o problema se espalha.
  5. Apoio psicológico acessível: disponibilizar assistência terapêutica ou programas de bem-estar emocional corporativos, além de cuidar para que estes recursos sejam de fácil acesso e uso regular.
  6. Avaliação contínua do clima organizacional: pesquisas internas regulares, uso de métricas de saúde mental, auditorias que detectem áreas com maior risco de assédio ou desrespeito.

🔎 Por que ainda existe tanta falha

  • Falta de orçamento ou prioridade por parte da alta gestão
  • Dificuldade em mensurar assédio ou impacto da saúde mental de forma concreta
  • Medo de expor casos, retaliação ou descrédito dos relatos
  • Cultura corporativa que valoriza produtividade acima de bem-estar; em muitos lugares, “trabalho até o limite” ainda é vista como engrandecimento ou demonstração de comprometimento

Conclusão

Combater o assédio no trabalho não é só uma questão de obrigação legal ou moral — é essencial para garantir saúde mental, respeito mútuo e produtividade sustentável. Empresas que ainda não enfrentam esse problema de frente correm risco não só de perder bons profissionais, mas também de sofrer prejuízos ocultos, como absenteísmo, turnover e clima organizacional tóxico.

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